Por Kira Cavalcanti
Na elaboração deste artigo tomo como referência alguns fatos fundamentais que contribuíram para meu entendimento sobre as razões que permitem à Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o enfrentamento do câncer com sucesso crescente. Uma dessas referências é o trabalho escrito por meu amigo Adriano Kunze Rigon, cuja história relatei na edição nº109 – junho 2011, na Revista Terceiromilênio. Somando-se a este fato: minhas convicções estão firmadas também nos resultados positivos do atendimento de quase dois anos que prestei ao próprio Adriano, entre outros pacientes acometidos de câncer.
Na formação de meus conhecimentos sobre o enfrentamento do câncer têm também peso específico meu aprendizado no Nanjing First Hospital (China), as muitas pesquisas sobre o assunto, feitas aqui e lá. Vejo agora, não sem alegria, boa parcela desse conhecimento sobre a matéria confirmada pelo acreditado depoimento do médico Marcelo Saad, no portal do Hospital Albert Einstein, na internet. Tenho motivos muito fortes, portanto, para falar mais sobre a MTC, essa extraordinária medicina milenar, que, com o passar dos séculos, se adapta técnica e cientificamente no combate às novas doenças que retratam o momento que o ser humano está vivendo.
Em 2007, acompanhei no Nanjing First Hospital a presença de dois renomados médicos ingleses, que visitavam aquele hospital com o intuito de obter o “segredo” dos chineses no tratamento e cura do câncer e da Aids. Recordo-me com precisão da cena em que a Dra. Wang, minha mestra no curso de aperfeiçoamento em MTC, revelava aos médicos ingleses toda a grandeza do milenar conhecimento da medicina chinesa. Mostrava a eles que basicamente o “segredo” estava em aumentar a imunidade através da acupuntura e tratar os sintomas, procedimentos que melhoravam a qualidade de vida dos pacientes pelo aumento de suas defesas.
No Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o médico fisiatra e acupunturista Marcelo Saad, afirma: “A acupuntura é um método cientificamente comprovado de reduzir muitos dos sintomas causados pelo câncer ou pelo seu tratamento. Acreditamos que a prática é um complemento vantajoso e eficaz quando o tratamento convencional é ineficiente e produz efeitos indesejáveis.”
Mas o beneficio mais surpreendente da acupuntura tem sido o alívio dos quadros de xerostomia, que ocorrem quando a radiação destrói as glândulas salivares, causando secura extrema na boca dos pacientes. A xerostomia é um efeito colateral, bastante comum nos tratamentos para os cânceres de cabeça e pescoço, e dificulta em muito tanto a alimentação quanto a capacidade de engolir dos pacientes. A acupuntura ajuda bastante nestes casos.
Resultados do uso da acupuntura também mostram que houve benefícios adicionais às pacientes em tratamento do câncer de mama, como aumento da sensação de bem-estar, mais energia e, em alguns casos, maior desejo sexual, o que não ocorreu com aquelas que se submeteram ao tratamento medicamentoso para os fogachos.
O grau de resposta ao tratamento com acupuntura varia de pessoa para pessoa, mas em geral o tratamento provoca uma mudança bastante positiva e significativa em relação à qualidade de vida dos pacientes que enfrentam a batalha contra qualquer tipo de câncer. As pesquisas também apontam o aumento de ação dos medicamentos quimioterápicos e radioterápicos durante o tratamento com acupuntura, comprovando que a estimulação de pontos de energia do corpo, através de agulhas, potencializa a ação dos tratamentos tradicionais.
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Artigo publicado na Revista Terceiromilênio, mês de outubro de 2011.