Quem pode trabalhar com Acupuntura no Brasil?


Apesar de estreitamente ligada ao tratamento de saúde, a formação em Acupuntura não é uma exclusividade de médicos ou enfermeiros. A maioria dos cursos existentes sobre acupuntura, em nível de especialização, é direcionada aos profissionais com formação na área da saúde ou  afins. Há escolas, no entanto, que oferecem formação em acupuntura em nível técnico, para quem  concluiu o ensino médio.

Embora a profissão de acupunturista não seja regulamentada por lei no Brasil – o que abre espaço para qualquer interessado nela se habilitar, pois não existe impedimento jurídico –, a afinidade do profissional com as ciências da saúde é um requisito importante a ser considerado. 


Segundo a Resolução n° 069/2003/CONFEF que dispõe sobre a utilização da técnica de acupuntura pelo Profissional de Educação Física quando da sua intervenção. A acupuntura é viabilizada como área legal do Profissional de Educação Física.

O Profissional de Educação Física é o cientista do  movimento humano, ele estuda, sente e vivencia o corpo em suas múltiplas dimensões, biopsicosociais e portanto é capaz de ter uma compreensão multidimensional, holística e ecológica do ser humano.

Por essa razão,  cada vez mais conselhos federais das áreas de saúde  brasileiros têm reconhecido a especialização em Acupuntura, como já ocorreu nas áreas de Enfermagem, Educação Física, Fisioterapia, Medicina e Psicologia. Essa tendência legitima e regulariza o trabalho de acupunturista, uma das faces mais conhecidas da Medicina Tradicional Chinesa, proporcionando maior confiabilidade para os pacientes.

É bom lembrar que estamos falando de uma técnica inserida em uma antiga sistematização da saúde, denominada Medicina Tradicional Chinesa, que, por sua complexidade, requer  preparo criterioso,  em que os conhecimentos em Fisiologia e Anatomia Humanas (disciplinas que constituem o currículo das áreas  mencionadas) são fundamentais.

A Medicina Tradicional Chinesa tem peculiaridades que a difere da Medicina Ocidental. Nascida há 4.500 anos, bem antes, portanto, da medicina ocidental, a Medicina Tradicional Chinesa procura perceber o ser humano como um todo, sem compartimentá-lo, o que norteia  a terapia em busca do equilíbrio da energia existente no  organismo. O tratamento é direcionado para a pessoa integral e não compartimentada. Para a MTC os sintomas das doenças são apenas os sinais de uma desarmonia que pode ser reorganizada. 

Na China, a comprovada eficácia da integração da Medicina Tradicional Chinesa e da Medicina Ocidental decorre da harmonia com que partilham o desafio da preservação da saúde. Juntas, colocam o direito do ser humano à saúde e felicidade acima de qualquer disputa intelectual ou divisão classista, pois a cultura chinesa segue o princípio do qual “dividir enfraquece, somar engrandece”.

A pessoa que pretende se tratar com acupuntura  ou com outros recursos da Medicina Tradicional Chinesa deve antes se informar e buscar referências acerca da formação do profissional. Como muitos conselhos profissionais já reconhecem estas práticas, uma consulta a essas entidades  é sempre interessante. Outro aspecto importante a ser levado em conta:  a adequada formação em qualquer técnica da Medicina Tradicional Chinesa deve possuir relação e ter suas raízes em universidades chinesas.

"Que as forças do bem superem a ganância que se move em detrimento ao bem estar do ser humano..."